A HISTÓRIA DE UM REI - SEGUNDA PARTE

OS PRIMEIROS PASSOS

Foi lá em Cachoeiro, ainda adolescente, que Roberto aprendeu com “Seu” Zé Nogueira os primeiros acordes com o violão.


SONHO DE SER ARTISTA

Ainda quando a Rádio Nacional era a mais popular emissora do país, o programa Cézar de Alencar tinha um enorme prestígio entre os ouvintes. Os maiores nomes do mundo artístico se apresentavam no programa semanalmente. Cantar neste programa era o sonho dourado de todos os cantores. E Roberto também sonhava com isto. Em casa, com os amigos e com os irmãos, não falava em outra coisa. Tanto que fez, que finalmente conseguiu que se pai Robertino conseguisse a sua participação no programa da Rádio Nacional. Acontece, porém, que Roberto estava na idade de mudar a voz e por isso, cantou e não fez o sucesso desejado. Ninguém reparou no garoto sonhador, a não ser a sua querida cidade de Cachoeiro.


PERSEVERANÇA DE REI


Roberto Carlos mostrou-se conformado e voltou para sua cidade sem perder as esperanças de algum dia ser alguém na Música Popular Brasileira. Continuou a participar com constância de alguns programas na ZYL-9 (a primeira rádio que se apresentou na vida, cantando um bolero de Gregório Barrios, Amor i Mas Amor), até que, em 1955, já então com 14 anos, sua família se mudou para o bairro do Fonseca em Niterói, no Rio de Janeiro e depois para o bairro do Lins de Vasconcelos, na Guanabara (Hoje Rio de Janeiro).


THE SPUTNIKS


No Rio de Janeiro, Roberto conheceu, Arlênio, Tim Maia e Wellington e a medida que a amizade entre eles cresceu, o assunto passou a ser um só: música. Tanto falaram que acabaram formando um conjunto, o que naquela época não era tão fácil quanto hoje e, certamente influenciados pelos noticiários dos vôos orbitais, batizaram o conjunto de The Sputniks, afinal de contas, um conjunto moderno tinha que ter um nome de acordo com a época e nada melhor do que o nome de um satélite espacial.



CANTANDO SEUS ÍDOLOS

Mas um gênio da música só precisava de um violão e um microfone para colocar sua inspiração para fora e, de ouvido mesmo, sem nunca ter aprendido teorias, Roberto já ia cantando o repertório de seus ídolos na época, que eram os românticos Bob Nelson, Nelson Gonçalves e Orlando Silva.

ERASMO ENTRA EM CENA


Em 1958, com 17 anos conheceu seu grande e eterno amigo Erasmo Carlos. Como Roberto, Erasmo era um menino pobre. Sua mãe era inspetora escolar e ambos tinham a música como sonho.
Antes de conhecer Roberto, Erasmo já havia trabalhado como office-boy, vendedor de peças de lingerie, recepcionista, auxiliar de escritório e porteiro. Meio turrão, Erasmo quase não parava em emprego nenhum, sempre brigava com o chefe. O primeiro encontro dos dois deu-se porque Roberto precisava da letra de um grande sucesso de Elvis Presley (Tutty Frutty) e foi informado que Erasmo Carlos era um grande colecionador dos discos de Elvis, quando então o procurou. Deu-se início a maior amizade entre duas pessoas que já se ouviu falar até hoje.

A amizade dos dois estendia-se aos encontros com a turma no Divino Bar, em Vila Isabel. Neste bar, ponto de encontro da turma, se reuniam para falar de música, futebol e de mulher, Roberto, Erasmo, Tim Maia, Jorge Ben Jor e Dedé, baterista do Rei e seu amigo até hoje.

Nesta época, Dedé era secretário do Rei e encarregado de conduzir a guitarra e o amplificador de 8 Watts (Que potência, Bicho!).

O PRIMEIRO TRABALHO ARTÍSTICO (UMA FOTONOVELA)


A Revista Sétimo Céu apresenta uma fotonovela com o título “Assim quis o destino” trazendo um personagem desconhecido do público: Roberto Carlos. Era o ingresso do Rei no mundo artístico, tornando-o uma pessoa conhecida do público. Esta revista hoje é peça rara na mão de colecionadores do acervo do Rei.

Roberto seguia sua vida trabalhando como datilógrafo no Ministério da Fazenda e fazendo pequenos shows em festinhas, batizados e aniversários com o conjunto The Sputiniks. Os ensaios do conjunto eram feitos, ora na casa de um, ora na casa de outro. Surgiram então na televisão, alguns programas de música quente, pois na época o ritmo chamado iê-iê-iê começava a chegar ao Brasil e tomava conta da juventude. Roberto e seus amigos sentiram-se atraídos pela TV e tanto fizeram, que acabaram conseguindo a chance de participar de um programa no canal 13.

PRÓXIMA ATUALIZAÇÃO 27/07/2008 - CAPÍTULO TRÊS

Um comentário:

Anônimo disse...

Como mencionei anteriormente..O início de um reinado eterno.
Abraços!
Leda Martins.